O vice-presidente Geraldo Alckmin revelou nesta terça-feira (15) que o governo brasileiro ainda aguarda uma resposta dos Estados Unidos sobre uma carta enviada há dois meses à Casa Branca para tentar reverter as tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump contra produtos brasileiros. Segundo Alckmin, o documento, considerado confidencial, foi encaminhado a pedido do governo norte-americano, mas segue sem retorno.
A declaração foi dada após uma reunião com representantes de diversos setores da indústria brasileira. O encontro discutiu estratégias para lidar com a nova tarifa de 50% anunciada por Trump sobre exportações do Brasil. A medida deve entrar em vigor em 1º de agosto.
“Desde o início houve diálogo. Eu mesmo conversei com Howard Lutenich, secretário de Comércio dos Estados Unidos, com o embaixador Jamieson Greer, do Escritório do Representante Comercial (USTR), e o Itamaraty também participou. Houve até reunião técnica e, depois, essa carta confidencial, enviada em pleno feriado de 4 de julho. Mas, até agora, nada de resposta”, disse Alckmin.
As negociações entre Brasil e EUA começaram em abril, quando o governo norte-americano sobretaxou em 10% produtos brasileiros e impôs tarifas de 25% sobre aço e alumínio. Agora, com o novo percentual de 50% prestes a vigorar, o Planalto prepara novo ofício para cobrar um posicionamento oficial.
Alckmin afirmou ainda que o Brasil está pronto para recorrer à Lei da Reciprocidade Econômica, dispositivo que autoriza medidas equivalentes em resposta a barreiras comerciais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já sinalizou que pretende acionar o mecanismo, caso o impasse persista.
“Vamos enviar uma carta reforçando que seguimos aguardando a resposta e que o governo brasileiro está empenhado em resolver esse problema”, destacou o vice-presidente.
Até a data de início da nova tarifa, o governo pretende manter o diálogo com autoridades norte-americanas e com empresários brasileiros para tentar reverter as restrições.